As lembranças vêm como se recém estivessem acontecido... No final da minha 3ª série do Ensino Fundamental, mais precisamente no ano de 2001. Lembro-me que eu e minha turma estávamos decepcionadas quando ficamos sabendo que a partir da 4ª série os alunos não mais podiam usar a pracinha do colégio! Lugar de tanta diversão e brincadeira! Eu, rebelde que sempre fui, ou ao menos quis ser, tive lá minhas idéias de fazer um protesto, um abaixo assinado (que, aliás, já fiz, só que por outro motivo...), uma rebelião. O que quer que seja para que não deixassem os balanços e gangorras fora de nosso alcance!
Infelizmente não deu nada certo, o ano acabou, as férias passaram e lá estávamos na 4ª série. Aqueles primeiros dias de aulas, não nos deixavam nem pensar em pracinha, já que eram tantas novidades para se contar, vários reencontros, e professores novos! Era tudo novidade! Diferente! Agora, nós sabíamos que deveríamos ser mais responsáveis, porque era esse o primeiro ano de matérias dividas. Um caderno pra cada coisa, um horário pra cada aula e mais de uma personalidade diferente pra chamar atenção lá na frente do quadro negro!
Tudo foi se ajeitando, se “rotinando”, até que um dia sentada no pátio, em um dos banquinhos coloridos que lá tinham, eu olhei para aquela pracinha, cheia de areia e cor e lembrei que um dia já a quis como nunca. Mas agora era também diferente, bastava olhá-la para me satisfazer. Não eram necessárias idas e vindas no balanço para que eu abrisse um sorriso no rosto. Agora outras coisas me faziam sorrir: uma boa nota, um menino, uma roupa nova, uma tarde com as amigas.
E assim foi indo... A pracinha foi ficando, novas crianças ali se divertiam, e eu guardo só saudades boas. Agora entendo quando dizem que cada fase é uma fase. Os interesses sempre mudarão, mas as lembranças fazem parte de uma só fase: a vida!