terça-feira, 24 de novembro de 2009

Dois Rios de Mim

"Nós não podemos nunca entrar no mesmo rio, pois como as águas, nós mesmos já somos outros."

Heráclito de Éfeso




E o tempo passou... E tanta coisa mudou...

E hoje estou aqui, em meio a milhares de prédios, atravessando ruas lotadas de carros, andando por calçadas de pedras portuguesas, sentindo a brisa do mar ao abrir a janela, estou no Rio de Janeiro.





Seja seu codinome clichê, piegas ou não o bastante para descrevê-la, ela é sem dúvida uma cidade maravilhosa. Não encontro outro lugar de misturas tão belas e tão fortes. A montanha e a faixa de areia a poucos quilômetros, o urbano e o mar a poucos metros, o ricaço e o miserável a centímetros de distância... É o Samba na Sexta, o Funk no Sábado, a Bossa Nova no Domingo embalando o passeio na orla...




São contrastes que lavam a alma, e outros que a fazem pesar. É o nascer do sol na Praia de Botafogo, é a Rocinha com São Cristóvão ou vice-e-versa.

É tanto, mas tanto barulho, tanto movimento, tantas pessoas, tantas vidas, várias delas empilhadas sem se quer notar a existência uma da outra.



Quantos elevadores sobem?

Quantos descem?

Quantos carros buzinam?




E no meio disso tudo, procurei o silêncio. O procurei para sentir alguma parte de mim que exista sem que o cansaço a tenha atingido. O procurei, fechei os olhos, mas foi em vão. A cidade não silencia, e a falta disso me fez lembrar o lugar de onde vim. Antes de conhecer esse fenômeno chamado Rio, conheci outro.




Foi de lá que vim, e desde então minha vida nunca mais foi a mesma. Foi lá que deixei o silêncio de um fim de tarde, o canto dos passarinhos no nascer do sol, as laranjeiras, os limoeiros, o conforto de uma casa ampla mesmo que sem muitos luxos. Estão lá, pessoas incomparavelmente importantes, capazes de florescer a mais doce das nostalgias. Por lá, ficou minha infância, a ingenuidade das brincadeiras entre primos, sobrinhos, vizinhos, aparentados, conhecidos, e - porque não? – desconhecidos também.





Sinto falta disso tudo, sinto que lá ainda existe o silêncio que tanto quero, o instante de repouso para os ouvidos, o cessar do zumbido dos freios, o travesseiro da mente, a válvula de escape de toda essa poluição sonora e visual que bombardeia a cidade grande.





No entanto, hoje sei que sou completamente apaixonada por dois Rios. De pampas, de serras, de praias, de um mês, de um ano inteiro... São amores tão concomitantes quanto a vontade que tenho de estar em dois lugares ao mesmo tempo. E prometo a eles amor no silêncio ou no barulho, porque afinal assim sou eu: dividida e dessa forma completa. Cada parte de mim, é uma metonímia de um lugar...






Créditos: Foto Praia de Botafogo - Leandro http://novedoquinto.blogspot.com/

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sobres Viagens - as metamorfoses que me causam

E conforme o tempo passa
,
me despedaço em cada passo
nesse mundo...

E enquanto puder partir,
cada nova parte minha
vai se unir...

domingo, 8 de novembro de 2009

Santa Catarse



Lendo aos poucos, cada detalhe, surtindo cá dentro tua imagem, pareço roubar o lugar que é seu. Vejo, ainda cá dentro, seus dedos formando paisagens, momentos, histórias, que ainda que suas, também foram minhas.
Eu sei que no fundo todo romance converge, peculiares são os vocativos íntimos, os cheiros marcantes, os beijos e afins. Ainda assim, tenho para mim, que essa coisa toda de amor é tão universal que – veja só que novidade – o fim do seu ao meu foi igual.
Sobre você sei muito pouco, mas já consigo descrever o que lhe rendeu uma paixão... Acho que é para isso então que vivem os poetas: fazer surgir em quem lê, essa confortante sensação.
A identificação...




.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

"Que eu sei que embaixo desta neve mora um coração..."

Sei que o despertar de cada manhã já não faz você sorrir como antes, que continuar deitado na cama seria mais fácil do que encarar o mundo mais uma vez. Que o conforto de pertencer a um lugar seu, mesmo que estreito, mesmo que feito só de pano, torna-se mágico perto do que a rotina te oferece todos os dias. Sei que ao redor tudo parece errado, trocado, fora do lugar, fechado para você. Como que por instinto, você reage na mesma intensidade.Erra, troca, fecha o mundo de você. Fecha o sorriso - lindo sorriso - fecha os olhares, fechas os dias, mesmo aqueles claros, raros, domingos de sol.
Só desejo que não feche sua alma. Deixe ela livre de qualquer cotidiano regrado, de qualquer amor mal acabado... Afasta do que você tem de melhor as influências negativas, por mais persistentes que elas sejam. Jamais esqueça que para o tempo não há freios: assim como as coisas boas vão, as ruins também, e inevitavelmente a velocidade está fora do controle. Porém, na sua vida, a direção quem dita é você, e só você... E o seu sorriso!




*
Für Sie, Pour vous, Para usted, Para você! =)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O desconhecido, conhecido foi



Mulheres flertam, se apaixonam pelo homem x, namoram o homem x, fazem planos com o homem x, convivem e dividem suas vidas com o homem x e por isso julgam conhecê-lo MINUCIOSAMENTE: o jeito de pedir um favor, o sorriso de quem quer mais que beijinho, o franzimento de chateação e etc e etc e etc. Até que como acaso do destino, incompatibilidade de histórias, ou simples "erros de calculo" o x agora é y. Estranho não é mesmo? Ontem quem estava ali era um, agora... Agora quem está ali? Mal se sabe então quem sempre esteve ali. A palavra que fora dita ao pé do ouvido, o beijo seguido de juras, aquela ligação que caiu na caixa postal... Tudo volta, sob reflexões, indagações e incertezas. Por instantes - para outras um pouco mais que isso – a neurose desperta e a solidez dos castelos e jardins dos contos de fadas que tanto insistiram em colocar em nossas mentes, desmorona. Então quer dizer que tudo pode ter sido uma simples mentira? Nada foi verdadeiro? Nada restou? Infelizmente minhas caras mulheres-meninas-princesas não há resposta. Se hoje os olhos, que te olharam com todo aquele fulgor e paixão, parecem simplesmente negar a sua real imagem, trazendo todos esses questionamentos e pondo em xeque o que um dia já teve todas as suas fichas depositadas, não significa exclusivamente que os olhos são outros. Que o que um dia foi, deixou de ser. Tudo bem, em alguns momentos já não se tem mais a distinção do que de fato foi e do que você possa ter criado, sem querer, embalada no seu conto mágico. No entanto, acredite que você foi capaz de construir algo verdadeiro, e que o amor dado não foi desperdiçado, porque aqui estou eu para reiterar mais uma vez: as pessoas mudam; mas não na mesma velocidade. Acompanhar ou não esse ritmo não é escolha nem responsabilidade, é vida. Aliás, saber viver na sua própria velocidade, chama-se: amadurecimento. Aproveite a próxima vez que se olhar no espelho e ao invés de reparar só no que poderia melhorar, olhe bem fundo nos seus olhos e acredite que você fez valer, e a sua paixão e o seu fulgor que um dia já habitaram ou habitam neles são reais independente de mudanças ou da passagem do tempo. Afinal, você conhece a sua verdade, mais do que qualquer um.


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Sugestão

Enfim consegui resolver os problemas da minha conta do YouTube! Então vim logo postar para vocês um vídeo, como que uma linha do tempo, sobre o período de Ditadura Militar no Brasil!
O conjunto de imagens, vídeos e músicas, particularmente, é ótimo! Confiram e comentem!


Agradecimentos especiais ao Leandro ;-)


Ainda posto um outro vídeo "cômico" do Collor!


Beijos!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Learning to be a single


Pedaladas impulsionadas por uma música exclusiva em seus ouvidos. O mundo passa mais depressa ao seu redor. A ida contra o vento despenteia seus cabelos enquanto coloca tudo no lugar. Sem espelhos para julgar, sem imagens prontas e estereotipadas; Agora, seu pensamento é seu guia. O Sol dando lugar a Lua, deixando que outras luzes brilhem sobre o mar. Nesse cenário, ela percebe que a felicidade é um ponto de vista, mas só agora pode enxergar. Claro, ela já conheceu os poderes do amor, já se perdeu em paixões, já caiu em devaneios por elas, mas tudo em nome de outros. Agora, o amor brota onde deve ficar, reflete, continua em quem o dá. Ela começa a conhecer o lado bom da solidão: olhar sem culpar, beijar por gostar, sorrir sem fingir, amar e se amar. Nunca foi tão agradável estar de mãos e cabelos soltos. Lá vai ela, aprendendo a ser uma solteira...




Feriados trazem bons ventos! ;-)

Boa semana!


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Distâncias

.

O que fora do alcance está
Alguém ainda pode buscar
O que fora do alcance permanece
O amor ainda pode mudar
O que fora de nós dois
Ainda pode voltar...
.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Resultado de uma ida ao médico

Quando dizem que o mundo dá voltas, e tudo pode mudar de uma hora para outra, por mais que saibamos da veracidade dessas frases não damos o valor que elas merecem. Muito provavelmente, você já deve ter passado por um desses momentos que se sente em meio a uma cena de filme, recebendo uma noticia que mudará sua vida. Só restava o “close” no seu rosto com a expressão de: “E agora? O que eu vou fazer?”.

Pois então, e agora o que eu vou fazer?
Vivi essa cena. E estou agora, a cerca de um mês da prova que pode – ou não – mudar minha vida, quando descobri que estou doente e devo ficar em casa por no mínimo uma semana - não é nada grave caso alguém se preocupe.

Eu escutei da boca da médica que não há “tratamento específico” para tal doença. Na hora fiquei triste, desesperada também. Foi então que comecei a pensar naqueles que escutaram coisa pior: “É incurável”. E como soa ruim não é? Imagine só ouvir isso! Um problema sem solução. Vivemos uma globalização a todo vapor, todo o tipo de tecnologia se desenvolvendo, e novas descobertas sendo feitas, mas ainda há aqueles que só tem o conformismo como explicação.

São as incapacidades do ser humano se encontrando em um escritório médico. De um lado a doença, do outro a busca sem resultados. Para mim, toda essa reflexão veio como um aviso de que não somos assim tão fortes como imaginamos, de que poder falar com alguém na China em tempo real ou fazer passar dores de cabeça com uma única pílula não garante a onipotência de ninguém. Somos suscetíveis a tudo, mesmo tendo a medicina ao nosso lado.


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Para quem anda à procura de um bom filme, tenho um ótimo para indicar:

Taare Zameen Par

Um dos melhor filmes que já assisti, sem dúvidas! Emocionante do começo ao fim...
Aproveitem para assinar esse
Abaixo-Assinado com o pedido de trazer o filme da Índia para o Brasil!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Resultado de uma ida à consciência

Sentir-se culpado, não é lá coisa muito rara de se acontecer. Mas arrependimento... Esse quando vem, machuca, e pelo meu ponto de vista, dói muito mais. Pode até ser que ambos nem se quer se relacionem, mas sentir que poderia ter feito de outro jeito, aliás, que nem deveria ter feito, me deixa tão impotente, frustra muito mais.
Ao desenrolar essa cadeia de sentimentos ruins, vem junto o orgulho. O qual na verdade, sinto que já não faz tanta parte assim de mim. Consigo lembrar de anos passados em que fui muito mais orgulhosa, teimosa e o pior: intransigente. Porém, mais esse detalhe em mim mudou. Já não me incomodo em assumir que errei, e demonstrar que me arrependi. Afinal, convenhamos que por pior que seja sentir o arrependimento, acredito que por trás dele ainda se esconda uma certa nobreza - mas que fique claro que não me orgulho de tal.
Seria então, o arrependimento, uma reação da nossa consciência, nos colocando no lugar certo, e nos mostrando que as pessoas não são imunes aos nossos defeitos?! Vai de cada caso, vai de cada um... Alguns dizem, em alto e bom tom, que nunca se arrependem do que fazem, e as vezes até os admiro, mas no fundo no fundo prefiro ficar com o meu teto de vidro, e recolher todas as pedras que atirei.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Literalmente, virando a página

Sempre achei engraçadas aquelas entrevistas de perguntas curtas com respostas rápidas, do tipo: “Qual sua comida preferida?” ou “Qual melhor viagem já feita?” e por aí vai... Isso porque sempre ao tentar imaginar que respostas eu mesma daria, a probabilidade de deixar espaços em branco, ou simplesmente responder “várias” era um tanto quanto alta. Mas parece que as coisas mudam, aliás, claro que mudam.
Outro dia qualquer, estava sentada em mais uma dessas salas de espera de dentista, onde ou você escolhe simplesmente olhar para as paredes ou ler uma das revistas empilhadas - cada uma com uma celebridade esbanjando felicidade na capa. Foi então que resolvi ler a mais recente, afinal se for pra preencher tempo com cultura inútil, que pelo menos seja atualizada. Já decidida a revista, fui virando as páginas no estilo “só me interesso por imagens”. Vira uma, vira duas, as fotos se esgotam, só me restava ler. Ao ler uma dessas entrevistas “jogo rápido”, percebi como já conseguiria responder boa parte das perguntas, e o que é melhor: sem hesitar muito para pensar! Pode parecer banal, mas aquilo me fez bem. Perceber que conforme o tempo passa, tenho me conhecido cada vez mais, do que gosto, do que pretendo gostar, onde quero chegar, em quem pensaria logo de cara para levar para uma ilha deserta e etc.
Me opondo as capas das revistas, nem sempre esbanjei felicidade, e percebi como isso foi fundamental para construir quem sou hoje, reconheci em uma sala de espera a importância da vida empírica. Talvez, para você que simplesmente lê esse texto, uma história assim pode beirar a “falta de noção”, álcool, não sei, também tanto faz. Agora, isso pouco me importa, porque os meus espaços em branco eu já estou preenchendo e as minhas páginas eu já estou virando. Mas e você?

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Jóias à procura ou à procura de jóias?

Não pensem vocês homens que são os únicos que vivem se perguntando: qual o problema com as mulheres? Sim, nós também. Todas nós. O problema é que talvez vocês não entendam, não porque não são capazes, mas porque realmente é algo de quem é diferente, é coisa de mulher mesmo.
O exato momento em que vocês estão aproveitando todo o prazer que nós mulheres somos capazes de oferecer, seja durante uma boa conversa, seja durante uma dança, seja durante uma boa transa, alguma pergunta sobre o sexo oposto como aquela vem as cabeças de vocês? Acredito que não... E se vier, esse texto não é para você.

Enfim, nós estamos sempre nos perguntando: porque é tão difícil encontrar a felicidade sozinha? Porque será, que ter alguém do lado, ter a quem pegar na mão, faz tanta diferença na hora de sorrir? Enquanto estamos amando, mesmo que estejamos chorando, sofrendo, no fundo, estamos felizes. Sim, porque temos por quem fazer isso. E por mais que isso soe estranho e complicado, acredite, isso faz diferença. Afinal, há alguém que desperta em nós, um sentimento tão bom que é o amor. Esse misto de mistério com desejo é tão cobiçado por nós que chega a confundir a cabeça de vocês. Por isso tantos questionamentos, tantas dúvidas sem respostas. Só a mulher que já amou, é capaz de entender, que depois de ter vivido esse sentimento, todo outro que não chegar a tal limiar parecerá não completar, não satisfazer. Isso explica a constante busca. Só não pode explicar a infelicidade. Está errado alguém ser infeliz, por que não tem outro alguém. Isso definitivamente é estranho e complicado. Aliás, é insano. Mas é. E é nesse momento, que um de vocês, chega e responde, e clareia: o amor não se procura, ele simplesmente chega!

Pronto. Depois de ter dito tais palavras, que na verdade para nós deveriam ser mais que óbvias, ficamos totalmente sem chão e pensamos: Então, significa que simplesmente temos que deixar acontecer? Sim, a resposta é sim. Deixemos os conselhos bem intencionados, porém falsos de nossas amigas, de que logo acharemos alguém, e vivamos por viver. Vivamos por nós mesmas, sem buscar alguém. Somos todas jóias a serem encontradas, não pedras implorando por lapidação. Sendo assim, nada mais racional do que nos valorizarmos e nada mais sentimental do que nos amarmos. Sejamos assim, problemáticas, mas não dependentes. E lembremos do que um dia Erasmo Carlos disse: Olha, você tem todas as coisas que um dia eu sonhei pra mim. A cabeça cheia de problemas. Não me importo eu gosto mesmo assim...




Indico para escutar: Olha - Erasmo Carlos

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Uma repressão, um ponto de vista

Sei que já é um pouco tarde para tecer comentários a respeito do seguinte assunto. No entanto, venho a dias querendo falar sobre isso.


"22 de junho, 2009

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, criticou nesta segunda-feira o uso da burca - traje usado por mulheres muçulmanas que cobre todo o corpo e só deixa os olhos à mostra - e afirmou que não há lugar para esse tipo de vestimenta na França.

BBC do Brasil"

Exatamente, meus caros.

Sarkozy parece ter aderido ao jeitinho típico americano, de nação liberal com missões civilizatórias. Não com toda aquela pompa de um Destino Manifesto, mas pelas beiradas, a velha França da maior revolução que o mundo já presenciou, parece buscar justificativas estratégicas para atitudes no mínimo estranhas.

Devido ao crescimento de imigrantes tanto Árabes como Africanos, a França vêm ganhando cada vez mais adeptos de um discurso xenófobo capaz de se defender em qualquer acessório religioso, até mesmo em um véu.

O paradoxo simultâneo da necessidade e da rejeição do estrangeiro é o típico cenário europeu do século XXI. O que mais me faz pensar é se ao proibir o uso da burca nas escolas francesas, o real objetivo é acabar com uma repressão ou criar outra...

Aliás, mais uma repressão! Afinal, o que seriam aqueles estereótipos de corpo e rosto estampados nas capas das revistas se não uma das maiores repressões do mundo feminino? O que vestir, quanto pesar, a quem se igualar... Isso tudo é inconscientemente empurrado para dentro das mentes das milhares de mulheres, e não só francesas, mas do mundo todo!


segunda-feira, 8 de junho de 2009

Sentimento Sem Nome

"A alma é essa coisa que nos pergunta se a alma existe."
Mário Quintana

Essa vontade de colocar as pernas esticadas, apoiadas, para o ar... Espreguiçar os braços para trás, soltar a cabeça sobre os ombros e sorrir... Leve e intensamente, sorrir... Sentindo cada parte do corpo ao se contrair e relaxar, sentindo a alegria correndo por cada medida do corpo. Corpo livre, corpo muito leve, corpo todo solto. E então fechar os olhos, descobrir um mundo paralelo onde a trilha sonora são os acordes de um violão bem dedilhado. Tudo de uma harmonia simples, feito rede que embala o corpo... Corpo livre, corpo vivo, corpo.
Corpo ou alma?

terça-feira, 2 de junho de 2009

As Possibilidades do Amor



"Pense no amor como um estado de graça.
Não um meio para chegar a um fim,
mas o alfa e ômega, um fim em si mesmo"

Gabriel García Márquez



Talvez, tenha sido naquele instante que teu piscar, desencontrou o meu olhar. Mas ainda assim, nem em tal ligeirice a luz desvia-se do seu olhos. Porque então eu desviaria?

Talvez, não sejamos afinal, feitos um para o outro. Mas ainda assim, o que é a inconstância do destino para ditar nossas regras? Porque então eu deveria segui-las?

Talvez, nunca queiras um carinho meu. Mas ainda assim, não vejo nas areias pedido algum, e lá está o mar a acariciar lentamente cada grão quieto. Porque então eu deveria esperar um sinal?

Talvez, o amanhã não chegue, o depois não perdure, e o fim, sem querer, venha para o que há entre nós dois. Mas ainda assim, o que é o fim, para algo assim, que vive só recomeçando?

domingo, 31 de maio de 2009

Assim fica constituído...

Não dê a mim a chance de legislar. Com esse poder, sei que não seria capaz de lidar. Amores assim, desprezados, eu proibiria. Proibindo, te prenderia. Prendendo-te, me prenderia mais ainda. E assim seríamos nós dois: um preso por desprezo, outro por apreço. Não, não vou criar uma lei como esta, por mais que me haja vontade de impedir esse seu jeito tão bem feito de viver sem mim...
Não, meu bem! Não te preocupes com algemas. Vai e vive, porque não existirão grades capazes de te trancar. Nem mesmo as mais bem construídas dentro de mim. Porém, quando estiveres cansado de viver sem se prender, cria tu a lei do “se arrepender” e volta para bem perto de mim, onde lei nenhuma é capaz de te afastar!

domingo, 24 de maio de 2009

O menor espaço apreciável de tempo

Quando as palavras ficaram por serem ditas, e os olhares por serem cruzados, transformaram-me em arrependida. Arrependida da pior espécie, que se torna assim por pura e simples escolha. Escolhi não dizer, escolhi não olhar. Não encarar teus olhos frente aos meus, para não descobrir o que eles possam vir a revelar. Mas foi então, que aprendi o valor do segundo, e agora, quero repetir momentos. Fazer melhor. Abrir bem os olhos, para te ver profundo, escolher bem as palavras para acariciar teus ouvidos. Agora eu quero. Não vou hesitar. Não vou implorar misericórdia ao passado, ele é caso a parte, ele se basta e é besta. Imploro a você, que sei que não se basta, e vai aceitar meu pedido de recomeçar aquele instante!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Muito além...

Será só um encaixe perfeito dos detalhes? Partes simétricas que se unem em um todo agradável? É um sorriso cor de nuvem? É um olho cor de céu? A palheta das cores necessariamente tem que ser assim: fixa? Será mesmo tão singular, fechada para pluralidade? Que rigorosa seleção é essa? Responde-me Beleza, será mesmo que você é tão constante?

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Será (mesmo) que passa?

Se fosse mesmo tão fácil escrever sobre a saudade, já teria meu livro publicado. Vivo reclamando que não tenho inspiração, mas assim que ela chega me falta alguma coisa. Eu diria a capacidade, mas eu tenho o código. Diria vontade, mas isso me resta. Falta saber o que é isso. Só saudade? Só? Com certeza não. Eu sei o que é mas nego. Nego porque quero negar. É tão mais fácil passar a borracha do que imaginar, tão mais cômodo tentar esquecer do que tentar te conquistar. Não dói tanto quanto errar, mas acabo me privando de te amar.
Por enquanto, o destino evita o encontro, e sigo eu aproveitando o samba da espera...

domingo, 19 de abril de 2009

Desabafo

A dor de cabeça me impede de expressar tudo que está aqui dentro. Que força para sair, mas nada cabe nas palavras. Quando estou em frente ao meu desafio, acreditando que estou pronta para enfrentá-lo, ele consegue me surpreender, muito mais do que eu imaginava.
De fato, nunca fui muito confiante em mim mesma no que diz respeito a provas e testes, sempre estive ansiosa nos minutos prévios... Por isso, além de resolver os problemas de física, ler os textos de português, entender os experimentos de biologia, vivo tentando vencer a mim mesma. O meu próprio desespero.
Na hora em que as letras embaralham, e não importa quantas vezes eu leia uma frase, nada é absorvido. Respiro, peço calma. Sigo em frente. Mesmo que errante, sigo em frente. Sempre tentando, nem sempre conseguindo, mas batalhando. Cada conselho de quem já passou por uma vida de pré-vestibulando, para mim, vale ouro. Alguns até me dão gás para explodir, acreditar em mim mesma e continuar seguindo... Eu queria ter certeza de onde sou capaz de chegar, mas não tenho, e ninguém tem. São hipóteses, pesquisas, rankings, percentuais que por mais que estejam ali, comprovados pela matemática, na maioria das vezes só me assusta. Eu sempre disse que a vida é feita de fases, de diversas maneiras. No entanto, essa tem sido a mais atípica de todas até então. Uma mistura de medo, com vontade de experimentar. Uns picos de felicidade em que o sorriso é incontrolável, com quedas tristes acompanhadas de lágrimas inevitáveis... Ao final, espero pelo menos sentir orgulho de mim mesma, cessar o estresse e poder transformar tudo isso em mais uma daquelas lembranças de que nos orgulhamos de ter e que nos fazem ser, quem hoje somos.


Embalado por: Free Fallin' - Johm Mayer

terça-feira, 31 de março de 2009

No meu caminho

Veja bem! Da próxima vez que passar por mim na rua, vou lhe segurar pela mão, olhar no fundo dos seus olhos, esperar seu rosto fazer aquela expressão de quem não entende nada, respirar bem fundo e dizer tudo o que adiei.
Vou falar tudo. Tudo. Não precisarei de muitas frases. Poucos verbos bastarão. Sua face ficará confusa, e minha alma cheia de alívio.
Vou esperar que a mensagem penetre em cada parte do seu corpo enquanto aquele silêncio clichê de grandes revelações se sobrepõe ao barulho dos carros apressados. Você vai ficar sem palavras por não saber o que dizer, eu por ter esgotado as minhas.
Se você vai gostar do que eu direi? Cruza comigo na rua pra saber...


Ao som de: Bad Love - Eric Clapton

terça-feira, 24 de março de 2009

À procura...

Como conseguir a inspiração? Eu escutava as músicas, e tudo fluía. Sinto-me mais mecânica a cada dia. A inspiração vem sofrida, as palavras não saem. Mesmo sendo a mesma distraída e desastrada de sempre, um dia já tive mais histórias para contar... Já fui mais crítica, já falei mais besteira.
Escrevo, apago. Escrevo, apago. Nada é bom. Nada é exatamente o que eu quero que seja. O teclado ajuda, se fosse no papel já teria desistido. Mas aqui estou, esperando por ela... E de repente, durante um banho, daqueles onde a alma que é lavada, ouvindo "Coração de Estudante", ela chega. Termino o banho. Me enxugo. Me visto. Já é tarde de mais...

quarta-feira, 18 de março de 2009

Decisão

Está decidido! Deixem para eles! Deixem números, incógnitas, retas e curvas! Tudo isso deixem para eles! Os fenômenos, as forças e trabalhos são da conta deles! Agora vou viver num mundo à parte, de poucos e bons. Onde a força está nas letras. Todas unidas ou separadas. Com espaços, vírgulas, estrofes, ritmos... Onde não tem lógica, além daquela que eu mesma faço. Onde os resultados não precisam encaixar com nada. Não há nada tão pequeno que eu não possa ver, e nada tão grande que eu não possa sentir. Com muito respeito, vou pedir licença... Vou praticar minha poética.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

O que vem depois da mudança...

Já faz tanto tempo que não venho escrever nesse blog, que a falta de costume até me impede de transmitir alguns pensamentos. Mas a fase agora é de mudança, e quando isso acontece, ficamos cheios do que dizer, e com sentimentos aflorados. Nunca sabemos se é a hora certa para essa mudança, se estamos preparados. Outro dia desses, em uma aula de literatura, que digamos assim, faz parte dessa mudança toda, escutei aquele tipo de coisa que quando chega aos seus ouvidos, dá uma sensação de paralisia, de reflexão. Lá na frente do quadro, o professor fez uma grande metáfora. Nossa vida e o nosso nascimento. Quando nascemos, choramos sem saber o que está acontecendo, sentido o frio pela primeira vez na nossa pele, a luz pela primeira vez nos nossos olhos. Saímos de forma brusca do melhor lugar no mundo: a nossa mãe. Assim, choramos, berramos, porque aquilo tudo é novo, diferente, e machuca. Não sabemos como fazer aquilo parar de doer, de incomodar. Mas, vamos crescendo, e aprendendo as soluções para essas dores... O problema na mudança, é que nunca sabemos o que vem depois, e isso é que machuca. Até quem sabe, nos faz chorar... É a primeira vez que certas coisas acontecem, e não sabemos como reagir. Porém, assim como um bebê tem que crescer, nós adolescentes e adultos também temos. Vivemos, mudamos e aprendemos as curas que tanto precisamos.

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