segunda-feira, 24 de março de 2008

Crês na vida?

A polêmica assusta, porque gera inúmeras divergências, mas assim como tantos outros problemas em nossas vidas, é preciso encará-la e tomar posição. Assim acontece atualmente no Brasil quando o assunto é aborto. Muitas opiniões aparecem, discursos políticos, religiosos e até mesmo jurídicos circulam por toda mídia. Mas nem todos ainda têm uma opinião formada ou entendem realmente o que se passa. O aborto na maioria das vezes é um desejo que nasce da mulher, ou seja, materno, de não ter aquela criança. E por isso induz a perda do embrião em desenvolvimento. Isso é proibido no país atual, por mais que as penas nem sempre sejam cumpridas. Porém além de recorrer ao aborto ilegal para aliviar na maioria das vezes a angústia criada por si mesma (exceto em casos de estupros), recorrem porque o governo é fraco.

Já é mania do brasileiro e em geral da espécie humana falar o ditado “melhor prevenir do que remediar” da boca pra fora. Porque o aborto pra mãe é o remédio, pra criança é a morte. Para mãe é a doença, para a criança é ter seu direito à vida violado. E a prevenção? Nem se quer se faz presente. Seria correto nesse caso utilizar outro ditado popular: “cortar o mau pela raiz”. Mas já que falta orientação sexual nas escolas e apoio da saúde pública, a raiz cresce, desenvolve, dá frutos e é cortada. Não com uma serra elétrica, mas sim por tubos de aspiração, raspagens de útero, comprimidos, forças brutais. É possível então, deixar que milhares de vidas acabem de maneira tão amarga e triste? Pode parecer fácil falar, quando não se é a grávida angustiada. Que tem em suas mãos, talvez a maior escolha de sua vida. Que pode ou não levar ela mais tarde uma depressão profunda, seguida muitas vezes de suicídio (como é comum em países europeus onde o aborto é legalizado). Até porque não estamos na mesma situação que ela.

Porém agora é a hora de encarar as conseqüências e perceber que ali nasce mais uma Vida com v maiúsculo. Que é burrice alegar que um embrião seja parte do corpo da mulher, quando nem o sangue e nem o dna são os mesmos. Que a criança que nasce indesejada se tornará um ladrão quando nem a chance de provar o contrário e de viver ela terá. As principais religiões seguidas no Brasil (Católica, Evangélica e Espírita) condenam o aborto porque concordam de que a vida está presente desde a concepção e alguns estudiosos cogitam a hipótese de que assim como nos Estados Unidos venha a se formar no Brasil um mercado de partes de fetos, caso seja legalizado.

Mas no fundo nem um argumento faz sentido se não tivermos em nós o sentimento vivo de amor pelo próximo. Porque o tendo não seríamos capazes de dizer sim para o assassinato de vidas inocentes, que nada têm a ver com o meio do qual foram gerados. Orfanatos e pessoas a procura de quem dar amor estão por toda parte, basta a nós a escolha de defender ou não a vida.


Inspirada por: Matéria da revista Época (Editora Globo) de 16 de Abril de 2007.

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