quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Do meu tempo de cegueira...

A mentira é um tipo de cegueira, e talvez uma das piores. Ainda mais quando vem de alguém que se ama e que se depositava tanta confiança, e como é ruim quando descobrimos que durante muito tempo vivemos cegos. Enquanto todos enxergavam tão bem, os nossos olhos tomados por mentiras não permitiam ver o que o mundo queria mostrar, e nós insistíamos em negar. Quando então, como um estalo, os olhos voltam ao normal, a verdade vem á tona, a venda é rasgada, e o choque contra luz se torna muito forte. A sensação de ter sido enganado vem conforme os olhos se acostumam com a claridade. Depois vem a indignação. Em alguns, vem a vontade de voltar a não enxergar, em outras a vontade de vingança, em outros nasce o aprendizado. Assim, depois de muito tempo sem enxergar, as cores voltam a reluzir e o trauma com a claridade, o choque que antes ardia, agora fortalece sem que nos dêem colírio algum... Descobrimos que é possível enxergarmos com nossos próprios olhos.

Vivemos esperando...

Um dia desses, eu acordei, sentei no canto da cama e buscando forças para levantar eu reparei na caixa de um jogo que tinha em frente a mim. Muita gente já deve ter jogado, o Jogo da Vida. Mas não foi bem isso que me chamou a atenção ás seis horas da manhã... No canto da caixa, vinha um slogan bem empolgante: “Viva a emoção de viver!”. Aquilo ficou na minha cabeça...

Há momentos na vida, que realmente precisamos ser empolgados para viver, mas isso não deveria ser uma regra. Na verdade, como diria Rogério Flausino, nós vivemos esperando dias melhores. Ao invés de fazê-los. Vivemos postergando prazeres, e o mais confuso é que “logicamente” quando queremos ou desejamos alguma coisa, nós deveríamos buscá-la. Porém, é tão comum, querermos, desejarmos e esquecermos. E continuamos a viver esperando...

Quem sabe, se pudéssemos viver alguns dias apenas como algum animal, por exemplo, o cachorro. Quase todo mundo que já teve um cachorro ou conviveu com um, sabe que quando ele quer alguma coisa, não há impedimentos. A não ser que nós, os donos, demos a ele. Mas, no entanto, ele mesmo não se evita de ir buscar a bolinha, não se evita de pedir um carinho, não se evita de pegar a comida em cima da mesa e assim por diante. Não dá pra saber o que o cachorro pensa, mas talvez ele seja assim porque viva através das emoções, realmente. Talvez, ele seja assim porque não tem medo de seguir os instintos e as intuições. Enquanto, nós, vivemos esperando... Enquanto não descobrirmos realmente que é na emoção que encontramos a razão. É na emoção que encontramos a razão DO VIVER. Mas enquanto isso, vivemos esperando...

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