Que me perdoem Lulu Santos, Cidade Negra e os que gostam da música, mas todo mundo também espera alguma coisa de uma sexta à noite. Talvez, esse seja o motivo que leva tantas pessoas a enfrentarem filas planetárias – literalmente, pra quem me entende – para curtirem uma noite em, por exemplo, uma boate da zona sul carioca.
No entanto, foi durante a espera em uma dessas filas, que presenciei o inesperado. Porém não inesperado no sentido surpreendente. Inesperado, no sentido de boquiaberto, de “como assim?”, de “não estou acreditando!”, enfim, um inesperado impressionado.
Sem o mínimo pudor pela quantidade de pessoas de pé na espera - ou até pela empolgação de tamanha platéia – uma celebridade global instalou o que ficaria melhor definido como: a institucionalização monetária do poder. Com seus tão exibidos malotes de dinheiro tirados do bolso, criou-se uma atmosfera de “rei e seus súditos”. Já que o acesso ao privilégio de finalmente entrar na boate ficava por conta da escolha a dedo do global – sustentada pelos seguranças do local – ou da persistência e paciência em ficar de pé na fila.
Resumindo, ou ganhava-se o “título de nobreza” ou conquistava-se por mérito. E não bastasse a ostentação deslavada, os sorrisos de “eu estou podendo, nessa porra!” vinham seguidos de ressalvas irônicas em alto e bom tom do próprio:
- É o dinheiro! É o dinheiro! Certo, não sejamos hipócritas, sabemos que o dinheiro move montanhas nesse mundo, e é óbvio que tomadas de poder desse tipo já são mais do que corriqueiras no cotidiano do Brasil, já fazem parte da descrição do nosso jeitinho brasileiro. Mas isso tudo ali na televisão, na notícia narrada pelo Bonner. Assim, tão de perto, tão escancarado, me deixou bem revoltada. Eu sei que não deveria, que a revolta tinha que ser independente do grau de envolvimento nas consequências da corrupção, mas ali, de pé, com salto alto prendendo nos paralelepípedos do chão, cansada já de tanto esperar e simplesmente tendo que conviver com um abuso de poder, com uma ostentação ridícula, acabou me revoltando mais ainda.
O problema não era a quantidade de dinheiro, o quão rica a pessoa era - aliás, que bom então que ela conquistou isso e agora pode usufruir – era mesmo a situação, o alarde, o despudor/prazer em ostentar, e a facilidade que as pessoas têm de aceitar serem levadas por alguém que se diz melhor conforme os critérios que constituiu inconstitucionalmente.
Agora concordando com os talentos citados no início: sim, todo mundo sonha em ter uma vida boa – financeiramente também, claro!-, mas ninguém necessariamente precisa ficar sabendo disso, ainda mais em um espetáculo regado à ostentação na porta da boate. Poupe-me...
No entanto, foi durante a espera em uma dessas filas, que presenciei o inesperado. Porém não inesperado no sentido surpreendente. Inesperado, no sentido de boquiaberto, de “como assim?”, de “não estou acreditando!”, enfim, um inesperado impressionado.
Sem o mínimo pudor pela quantidade de pessoas de pé na espera - ou até pela empolgação de tamanha platéia – uma celebridade global instalou o que ficaria melhor definido como: a institucionalização monetária do poder. Com seus tão exibidos malotes de dinheiro tirados do bolso, criou-se uma atmosfera de “rei e seus súditos”. Já que o acesso ao privilégio de finalmente entrar na boate ficava por conta da escolha a dedo do global – sustentada pelos seguranças do local – ou da persistência e paciência em ficar de pé na fila.
Resumindo, ou ganhava-se o “título de nobreza” ou conquistava-se por mérito. E não bastasse a ostentação deslavada, os sorrisos de “eu estou podendo, nessa porra!” vinham seguidos de ressalvas irônicas em alto e bom tom do próprio:
- É o dinheiro! É o dinheiro! Certo, não sejamos hipócritas, sabemos que o dinheiro move montanhas nesse mundo, e é óbvio que tomadas de poder desse tipo já são mais do que corriqueiras no cotidiano do Brasil, já fazem parte da descrição do nosso jeitinho brasileiro. Mas isso tudo ali na televisão, na notícia narrada pelo Bonner. Assim, tão de perto, tão escancarado, me deixou bem revoltada. Eu sei que não deveria, que a revolta tinha que ser independente do grau de envolvimento nas consequências da corrupção, mas ali, de pé, com salto alto prendendo nos paralelepípedos do chão, cansada já de tanto esperar e simplesmente tendo que conviver com um abuso de poder, com uma ostentação ridícula, acabou me revoltando mais ainda.
O problema não era a quantidade de dinheiro, o quão rica a pessoa era - aliás, que bom então que ela conquistou isso e agora pode usufruir – era mesmo a situação, o alarde, o despudor/prazer em ostentar, e a facilidade que as pessoas têm de aceitar serem levadas por alguém que se diz melhor conforme os critérios que constituiu inconstitucionalmente.
Agora concordando com os talentos citados no início: sim, todo mundo sonha em ter uma vida boa – financeiramente também, claro!-, mas ninguém necessariamente precisa ficar sabendo disso, ainda mais em um espetáculo regado à ostentação na porta da boate. Poupe-me...
3 comentários:
Fiquei curioso sobre quem era...
E por que você vai a boates, meu deus? hahaha
Infelizmente vivemos num mundo em que você vale o que tem. Mas o importante é fazermos nossa parte, procurando sempre sermos pessoas de bem e não de "bens".
Beijão
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