Doce ilusão... Imaginou uma van bem cheia em dia de chuva no RIO DE JANEIRO (ênfase no Rio de Janeiro)? Pois então, era pior...
Essa situação toda me fez refletir como a vida não é glamourosa (Não lembre do Funk do Marcinho!) e logo me veio em mente o título deste texto:
TODO ESSE GLAMOUR É FAKE!
Glamour
(palavra inglesa) s. m. Beleza sensual, considerada característica de certas !atrizes de Hollywood. (Fonte: www.priberam.pt) Encanto, fascínio, charme. (Fonte: www.michaelis.uol.com.br)
Além destes significados práticos e Hollywoodianos dos dicionários, pensemos em relação ao significado que temos do glamour em nossas vidas, durante o cotidiano. Virgínia Postrel, uma crítica cultural, deixa bem claro que glamour trata-se de uma falsificação. Uma falsificação com um intuito de vender uma idéia.
Eu diria, então, que “glamourizar” a vida é querer vender a idéia de que somos pessoas plenamente felizes, completamente realizadas, que temos algum – nem que seja um - tipo de poder e que tudo durante nossa vida dá certo, ou pelo menos, chega próximo do ótimo. É - como diria a expressão popular - forçar a barra! Ninguém é cem por cento do tempo glamouroso, então, porque a insistência em assim parecer?
Quem quer que seja, tenha o dinheiro que tenha, seja celebridade, seja socialite, seja eu, seja você passa por momentos de crise, momentos de pressão! E é aí que a coisa pega! E é aí que entra em teste todo esse glamour forjado, bem exposto em fotografias. Quero ver a vida cheia de glamour quando o pneu fura, quando o papel higiênico acaba, quando o guarda-chuva quebra... Afinal, ninguém está livre de conversar com alguém que tem mau hálito. E isso lá é glamour?
Pessoas muito preocupadas em glamourizar a vida, a todo instante – e a todo custo – não transcendem, não vão além da imediatividade do aqui e do agora. Já que transferem o motivo de suas reflexões para a constante preocupação de estarem com glamour. Transferem suas preocupações existenciais para o âmbito material da vida, que é efêmero e vazio. Ou seja, o tempo todo se preocupam em como estão sendo vistas e admiradas pelos outros. Convergem seus esforços para a tarefa de exibir e inspirar glamour, além é claro, de viverem na espera dos elogios por tão árduo trabalho. Pessoas assim, acabam deixando de existir, e passam simplesmente a ser.
Resumindo de forma bem direta: A vida real não tem glamour! Aliás, glamour é algo inventado que na origem de seu significado remete a encantamento mágico,ou seja, ilusão. No entanto, não por isso a vida é feia e chata. Até porque a associação de glamour e beleza é tão inventada como o conceito decorrente de glamour. Associação essa que não procede naqueles momentos anteriormente citados – e também em outros vários que não foram, mas que a vida se encarrega de exemplificar - em que nos vemos em meio a uma crise, a momentos de pressão ou a uma situação desesperadora que exige em último caso um toque de charme e beleza.
Viver sem glamourizar a vida não significa que devemos deixar de buscar e querer do bom e do melhor. Significa que não deveríamos nos preocupar tanto em parecer o bom e o melhor. Aliás, de forma mais ilustrativa, deveríamos nos preocupar em brindar de fato, do que garantir que o brinde seja com champanhe, cidra ou água.
Vale conferir a palestra da Vírginia Postrel sobre glamour, quem não tiver tempo/paciência para assistir toda ela, sugiro avançar para os 10 minutos de palestra!
Este é o link para a mesma palestra com legendas:
http://www.ted.com/talks/lang/por_br/virginia_postrel_on_glamour.html
Quem quiser comentar alguma situação da vida "desglamourizada" que já viveu, ia ser divertido! Fiquem à vontade! =)
5 comentários:
Que divertido me deparar com aquelas minhas palavras no seu texto! hahahaha
Outra coisa muito interessante foi ver a sua brainstorm desenvolvida. Gostei muito! Beijão e até amanhã;
"Glamurosa! Rainha do funk
Poderosa! Olhar de diamante nos envolve, nos fascina agita o salão.
Balança gostoso Requebrando até o chão..."
Dançar a música citada no texto é realmente passar por uma situação de "não-glamour".
Que bom que voltaste a postar!
Beijos,
Cezar Cavaliere.
Pois é, a verdade não é bonita, por que haveria de sê-la também a realidade?
Gostei bastante do texto!
Mas fica uma ressalva: Coco Chanel foi uma das mais admiráveis e glamourosas personalidades femininas. Seu glamour certamente era, conforme suas palavras, transcendental.
O glamour nada mais é que uma face do nosso ego. Muito bom texto Rafa!
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