terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Romance com doses insanas

Certa vez, perguntei a um amigo muitíssimo especial se ele me considerava alguém, assim, romântica. Disse ele que não. E eu expressei apenas com o meu rosto todo aquele tom de revolta de um “Como assim?” e um olhar bem direto que dizia um “Tem certeza disso?”. Fato que esta seria minha reação. Sou mulher e gosto de romance. E que mulher não gosta? Nas medidas certas, obviamente... (Não confunda com melação, que está bem longe do quão sofisticado e simples pode ser uma atitude romântica.)

No entanto, como se já não nos bastassem tantos outros, o probleminha é que nós, mulheres românticas, se é que isso não soa a pleonasmo – ou pelo menos as que se pretendem ser românticas – como a princípio pareço fazer parte - acabamos nos corroendo com nosso próprio desejo. Ou por melhor dizer, com nossas próprias criações e delírios. Desejamos ser desejadas da maneira mais inspirada possível, só que muitas vezes nos inspiramos mais do que nosso próprio amante! E o pobre coitado apaixonado nunca será capaz de alcançar nossas expectativas miraboladas em boas doses de filmes e músicas que tanto nos identificamos. Acabamos por delirar e imaginar os detalhes daquele momento a dois que, quando ele acontece, deixamos passar por diante de nossos corações e sentidos os detalhes tão bonitos e, sobretudo, reais que aconteceram. Como se as coisas tivessem ocorrido de um jeito longe do que planejamos, de tal modo que exceto o ideal, nada seria o suficiente. Aliás, nada seria romântico o suficiente.

Esquecendo-nos de que é a lucidez que dá toda a graça de sentir o amor. Esquecendo-nos de que podemos não viver Aquela aventura louca, fervorosa e regada de juras de uma tela do cinema, eternizada em todas as locadoras, mas que existe alguém que está conosco pelo simples e mais nobre motivo: nos ama e nos quer bem. Por isso, hoje eu diria para todas as mulheres, inclusive eu, que se preocupassem menos em viver um conto de fadas e mais em viver... a vida!

4 comentários:

Anônimo disse...

Esses dias estava justamente pensando em como somos tolinhas de só se contentar com contos de fadas! Não só no amor, mas em muitos outros aspectos da vida...

Gabriella Orlani disse...

Quem me dera viver em um filme antigo, onde todos os dias os casais se conquistavam por si só e cada dia um pouco mais... Parece que nós temos essa necessidade do romantico e muitas vezes, no meu caso, quando surge chegamos até a duvidar de tal romance. Acho que o segredo está aí mesmo, viver a vida.

P14M19R18D1 disse...

Querida Rafaela,

Li alguns de seus textos e este último me fez refletir a respeito dessa sua incerteza sobre o alguém especial que todos nós temos, tivemos ou teremos e o que esperamos dele(a).

Tenho para mim que não devemos traduzir expectativas de amor em simples frases "cinematográficas" como EU TE AMO ou QUERO PASSAR O RESTO DA MINHA VIDA AO SEU LADO ou ainda o clássico VIVEREMOS FELIZES PARA SEMPRE.

As vezes nos esquecemos que estas frases são datas bem antes dos roteiristas hollywoodianos que por sua vez tem a prerrogativa de editar as cenas de amor, as falas dos atores e o cenário a volta para torná-las ainda mais românticas. Nós, aqui na vida real, não podemos editar nossos momentos, mas podemos escolher como iremos contruí-los!

Amor é muito mais que uma frase clichê, é composto de diversos significados os quais um dicionário apenas não seria suficiente. Explico-me com apenas uma pergunta retórica. O que é amor para você é amor para seu pai, para sua mãe, para sua amiga, mim? Não, não é, e aposto que cada um de nós dará um conceito, terá um modo de explicar e de sentir.

Amor, é compaixão, é a cumplicidade, é a construção do vínculo emocional mais verdadeiro que Deus nos deu. E, assim sendo, a maneira pela qual será demonstrado por esse(a) outro alguém nunca será exatamente como imaginamos, pois somos diferentes. E quer saber mais? Ainda bem! Se tudo fosse previsível o amor na verdade teria tantos significados.

P14M19D18R1 disse...

Querida Rafaela,

Li alguns de seus textos e este último me fez refletir a respeito dessa sua incerteza sobre o alguém especial que todos nós temos, tivemos ou teremos e o que esperamos dele(a).

Tenho para mim que não devemos traduzir expectativas de amor em simples frases "cinematográficas" como EU TE AMO ou QUERO PASSAR O RESTO DA MINHA VIDA AO SEU LADO ou ainda o clássico VIVEREMOS FELIZES PARA SEMPRE.

As vezes nos esquecemos que estas frases são datas bem antes dos roteiristas hollywoodianos que por sua vez tem a prerrogativa de editar as cenas de amor, as falas dos atores e o cenário a volta para torná-las ainda mais românticas. Nós, aqui na vida real, não podemos editar nossos momentos, mas podemos escolher como iremos contruí-los!

Amor é muito mais que uma frase clichê, é composto de diversos significados os quais um dicionário apenas não seria suficiente. Explico-me com apenas uma pergunta retórica. O que é amor para você é amor para seu pai, para sua mãe, para sua amiga, mim? Não, não é, e aposto que cada um de nós dará um conceito, terá um modo de explicar e de sentir.

Amor, é compaixão, é a cumplicidade, é a construção do vínculo emocional mais verdadeiro que Deus nos deu. E, assim sendo, a maneira pela qual será demonstrado por esse(a) outro alguém nunca será exatamente como imaginamos, pois somos diferentes. E quer saber mais? Ainda bem! Se tudo fosse previsível o amor na verdade não teria tantos significados.

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